domingo, 25 de outubro de 2009

Belo belo

Belo belo belo,
Tenho tudo quanto quero.

Tenho o fogo de constelações extintas há milênios.
E o risco bravíssimo - que foi? passou! - de tantas estrelas cadentes.

A aurora apaga-se,
E eu guardo as mais puras lágrimas da aurora.

O dia vem, e dia adentro
Continuo a possuir o segredo grande da noite.

Belo belo belo,
Tenho tudo quanto quero.

Não quero o êxtase nem os tormentos.
Não quero o que a terra só dá com trabalho.

As dádivas dos anjos são inaproveitáveis:
Os anjos não compreendem os homens.

Não quero amar,
Não quero ser amado.
Não quero combater,
Não quero ser soldado.

-Quero a delícia de poder sentir as coisas mais simples.

Manuel Bandeira.

5 comentários:

  1. é o que todos queremos.
    Só que até o simples pode ser tão complicado quando se procura respostas!

    ResponderExcluir
  2. hehe, muito bom! Manoel Bandeira... tinha que ser!

    ResponderExcluir
  3. Manoel Bandeira!

    Aee... Faz tanto tempo que não lia nada dele por ai!

    Obrigada por me fazer lembrar.

    Até
    ;)

    ResponderExcluir
  4. Que belo texto para se ler num domingo a tarde...
    Tem selinhos para vc no meu blog!
    Tenha um ótimo seriado!
    abraços

    ResponderExcluir
  5. muita mancada o que você fez, poxa vida.
    a idéia foi toda minha, os meritos por direito deveriam ser meus.

    blablabla, eu te amo.

    ResponderExcluir