domingo, 25 de outubro de 2009

Belo belo

Belo belo belo,
Tenho tudo quanto quero.

Tenho o fogo de constelações extintas há milênios.
E o risco bravíssimo - que foi? passou! - de tantas estrelas cadentes.

A aurora apaga-se,
E eu guardo as mais puras lágrimas da aurora.

O dia vem, e dia adentro
Continuo a possuir o segredo grande da noite.

Belo belo belo,
Tenho tudo quanto quero.

Não quero o êxtase nem os tormentos.
Não quero o que a terra só dá com trabalho.

As dádivas dos anjos são inaproveitáveis:
Os anjos não compreendem os homens.

Não quero amar,
Não quero ser amado.
Não quero combater,
Não quero ser soldado.

-Quero a delícia de poder sentir as coisas mais simples.

Manuel Bandeira.

sábado, 17 de outubro de 2009

22-12-2012 (01:07 Hrs.)

viver é uma dadva fatal (:


Não daria pra explicar mesmo que houvesse mais tempo!

Está tudo desmoronando, vivo ou objeto sucumbem diante de uma força que vem de maneira tranquila mas fere de verdade.O fim do mundo?! Aqueles merdas fanaticos estavam certos, as estrelas estão caindo e queimam tudo ao redor.

O caos reina, mesmo aqueles que não morrem com que o está sendo imposto são mortos pelo desespero de outros. Esqueça a policia, hospitais ou os bombeiros, os que ainda estão de pé usam o pouco tempo que resta para salvar a si próprio. Humanos exaltados pelo seu instindo mais animal (sobrevivência) saqueiam tudo o que podem, alguns não fazem nada além de se desesperar, outros correm para as igrejas que ainda se mantém, vejo um padre em frente a vários fiéis (ao menos naquele momento) que mal pode se concentrar em sua reza mais clichê.

Sinto uma energia que me impede de pensar através da logica, ainda não vi os anjos do apocalipse, mas confesso estar tentando acreditar. Tudo perde seu sentido, corro sem rumo com o carro e tento desviar de quase todo tipo de construção e até mesmo corpos, está cada vez mais dificil guiar-me por qualquer caminho que seja seguro, não tenho nenhum rumo, quero apenas fugir, mas não consigo, está em todos os lugares!

O carro capota e quando para não demoro a sair dali e correr, vejo meu próprio sangue mas nenhuma dor desatina, não paro nem para testar a probabilidade de algum osso estar quebrado, não tenho tempo, nunca tive! Só agora percebo o fato.

Penso na morte e corro, penso no que fui e sinto medo, penso no que poderia ser e sinto ainda mais vontade de correr. O mundo sempre girou ao meu redor mas agora está tudo feio, se despedaçando em uma inércia desenfreada. E se não existir nada grande o suficiente para colher os cacos?

Nunca soube para onde estava indo minha vida mas dessa vez sinto que estou perdido. Atravesso ofegante uma madrugada de trevas que não seria nem capaz de imaginar se já não estivesse acontecendo, a destruição pinta tudo com seus traços secos e desiguais, a vejo rabiscando meu horizonte e apagando os pontos de fuga, eis meu grand finale, sinto o cheiro estranho do que é a morte, a vida passou diante dos olhos... e não fui capaz de chegar a nenhuma conclusão.


"E fosse o fim chegando cedo
E você visse o nosso corpo em chamas"

Angra dos reis - Legião Urbana

sábado, 10 de outubro de 2009

Nenhuma sinceridade merece ser julgada.
Uma idéia um pouco viva nem parece grosseria, há quem esteja acostumado às palavras sem relevo e se poe sempre contra aqueles que inventam ao falar.

sexta-feira, 9 de outubro de 2009

O orgasmo da hipocrisia

.:Deus:.

Está amanhecendo e ainda não durmi, passa de tudo em minha cabeça, inclusive o que estou escrevendo neste exato momento. Não existe inspiração alguma e nem se pode, escrevo pensando no que desconhecidos vão pensar.

Quanta arrogância!

Escrever e já pensar em como vão ler é como transar para fazer uma propaganda do próprio corpo, ai então, foda-se o orgasmo. O ego é que precisa ser saciado.

Agora ficou literalmente "claro", vi o sol nascer, aquela cena típica que parece transmitir inspiração a todos não me afetou nem um pouco.

Preciso de algo novo, talvez ajude ver um disco voador, mas sempre que começo a me empolgar percebo que é a porra de um avião, e o pior é que nunca vi nenhum cair, apenas vai e volta, como sempre.

Se me faltasse os principios e a vontade tomasse conta, eu poluiria todo o oceno, mataria todos aqueles malditos golfinhos, cuspiria nesta bola de fogo que sempre teima em chegar antes do sono. E faria isso por nada, apenas para destruir algo bonito.

Toda beleza é bela mas acima de tudo quero a perfeição de algo novo.

Pense bem ou mal disso, tudo tem seu ciclo e todo ciclo tem seu fim, nós criamos, nós podemos destruir, o que é eterno não tem nada a ver com tempo, existe somente na intensidade.